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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Terapia Nutricional de Pacientes em Diálise


 


Galera segue um artigo ótimo disponibilizado pela Unifesp Virtual, gostei muito , pois mostra situações em que o nutricionista deve interferir , diante algumas causas como desnutrição e como intervir nessas situações, o artigo contem também ALGUNS suplementos que podem ser oferecidos.  MUITO BOM

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Cuppari, L; Avesani, CM; Mendonça, COG; Martini, LA; Monte, JCM. In: Cuppari, L;
Schor, N (editor).
Adulto
Guias de medicina ambulatorial e hospitalar: Nutrição clínica no. 2 ed. São Paulo, SP, Manole, 2005, p. 189-220.

Fase dialítica

Segundo recomendações do Kidney Disease Outcome Quality Initiative (DOQI), evidências se acumulam no sentido de que um transplante renal ou o início do tratamento dialítico deve ocorrer quando a taxa de filtração glomerular está ao redor de 10 mL/min principalmente se o paciente apresentar sintomatologia urêmica e/ou deterioração do estado nutricional
A eficiência da diálise pode ser avaliada por meio do cálculo do Kt/V de uréia da sessão de diálise (ver na “Leitura sugerida” o texto: Avaliação nutricional - Quadro 1). Considera-se uma sessão de hemodiálise de boa eficiência quando o Kt/V é igual ou maior que 1,2. Para a CAPD, a diálise é considerada de boa eficiência quando o Kt/V de
uréia semanal é maior que 2,0. Apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico nas terapias de reposição renal, a morbidade e a mortalidade da população em diálise, continuam elevadas.
Entre os vários fatores que afetam adversamente esses pacientes, a desnutrição energético-protéica (DEP) é um dos mais importantes. De fato, a prevalência de DEP na população de pacientes em diálise é bastante elevada variando de 23 a 76% nos pacientes em hemodiálise (HD) e de 18 a 50% nos pacientes em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD). Como pode ser observado no Quadro 1 são várias as causas de DEP.

Quadro 1 - Causas de desnutrição energético-protéica e possíveis
intervenções em pacientes em diálise



 
RECOMENDAÇÕES DE PROTEÍNAS E ENERGIA EM DIÁLISE

Proteínas

Estudos mostram que a ingestão de proteínas está diminuída em pacientes em HD, variando em média de 0,94 a 1,0 g/kg/dia, de forma que aproximadamente metade dos pacientes tem ingestão inferior a esses valores. Tomando os poucos estudos que avaliaram diretamente a necessidade protéica de pacientes em hemodiálise, estima-se que cerca de 1,2 g/kg/dia de proteína é necessário para promover balanço nitrogenado neutro ou positivo na maioria dos pacientes clinicamente estáveis em HD (Tabela 1). Pacientes em CAPD tem o fator adicional da maior perda diária de proteínas (Quadro 1), de forma que a prescrição de 1,3 g/kg/dia de proteína diminui a possibilidade de balanço nitrogenado negativo. Em ambos os casos pelo menos 50% das proteínas devem ser de alto valor biológico.


Energia

Estudos de balanço metabólico demonstram que pacientes estáveis em diálise, com atividade física leve e com ingestão protéica adequada alcançam balanço nitrogenado neutro quando ingerem ao redor de 35 kcal/kg/dia. Para pacientes com mais de 60 anos uma ingestão de energia de 30 kcal/kg/dia parece ser suficiente. Para pacientes em CAPD, a energia estimada proveniente da glicose absorvida do dialisato (cerca de 60% do total da glicose infundida), deve ser subtraída do total de energia recomendada.
Muitos pacientes, entretanto, não são capazes de ingerir essa oferta de energia em conseqüência dos vários fatores já mencionados como anorexia, doenças intercorrentes, gastroparesia, co-morbidades etc. Para esses pacientes, o aconselhamento dietético intensivo realizado por nutricionistas experientes nessa área deve ser empregado. Se essa estratégia não for efetiva, a utilização de suplementos orais específicos com elevada densidade energética, boa palatabilidade e de custo acessível podem e devem ser empregados (Tabela 2). Se mesmo assim não houver melhora, nutrição enteral ou parenteral intradialítica (para pacientes em HD), ou a utilização intra-peritoneal de aminoácidos para pacientes em CAPD, devem ser consideradas.


Bibliografia
1. National Kidney Foundation/DOQI: Clinical practice guidelines for nutrition in chronic
renal failure. Am J Kidney Dis 2000;35 (suppl 2):S1-103.
2. Mitch WE, Klahr S. Handbbok of nutrition and the kidney. 3a ed. Philadelphia,
Lippincott-Raven, 1998, 384 p.
3. Kopple JD, Massry SG. Nutritional management of renal disease. 2a ed.
Philadelphia: Lippincott William & Wilkins, 2003, 682 p.








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