O rim

O rim
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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Avaliação nutricional na doença renal crônica: desafios na prática clínica

A desnutrição energético-proteica (DEP) é uma condição cada freqüente entre os pacientes com Insuficiência renal (IR) ( cerca de 45 % a 55 % em pacientes em tto conservador, 18 % a 50 % em pacientes em diálise peritoneal e 23 a 76 nos pacientes em HD)  e apresenta um impacto negativo sobre a morbimortalidade. Fatores relacionados à diminuição da ingestão alimentar e ao hipercatabolismo contribuem para o desenvolvimento da DEP nesses pacientes.
Mais recentemente, a obesidade tem sido identificada como um distúrbio nutricional altamente prevalente nesses pacientes (no tratamento conservador: 50 - 60%, diálise Peritoneal: 40 - 60%  e hemodiálise: 20 - 30%), particularmente naqueles na fase não dialítica. As consequências dessa condição, no entanto, ainda não estão claramente elucidadas. Assim, a avaliação detalhada do estado nutricional é importante para uma intervenções que atendam diretamente às necessidades nutricionais dos pacientes portadores de DRC.
Atualmente já se sabe que uma combinação de marcadores nutricionais devem ser empregada para melhorar precisão do diagnóstico nutricional. As limitações associadas à influência da DRC sobre os marcadores nutricionais, bem como aquelas decorrentes da falta de padrões de referência e de definição de pontos de corte associados com risco, fazem com que o acompanhamento periódico seja a melhor  forma de detectar as anormalidades no estado nutricional e  também de avaliar o  impacto das  intervenções.
Segue a baixo o link um artigo muito bom, onde especifica os vários métodos utilizados em pacientes nefropatas, e mostra a importância da utilização  conjunta de vários marcadores para um diagnostico seguro!  (

Segue o Link:


sábado, 6 de agosto de 2011

Vale ressaltar...



Alguns estudos mostram que 25 %pacientes em HD apresentam ingestão energética a baixo do recomendado.
“Uma ingestão inadequada de nutrientes caracteriza-se com alteração na composição corporal como diminuição de tecido adiposo e da massa muscular. Uma ingestão reduzida de energia pode comprometer a utilização da proteína ingerida pelo aumento da gliconeogênese, promoção do aumento na formação de produtos residuais do metabolismo protéico, o que contribui para o agravamento dos sinais e sintomas da uremia, além de estimular o catabolismo de tecidos corporais. “ (FAUSTO, 1996, p.21)

FAUSTO, M.A. Avaliação Nutricional de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica Submetidos a Hemodiálise.Alim Nutr., São Paulo, 7:15 -23, 1996

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Efeito tóxico da carambola em pacientes renais


Vanessa M. S. Mendes

Acadêmica de nutrição FSP-USP, estagiária curricular

em marketing da Nutrociência Assessoria em Nutrologia


Recentemente, em Jaú, no interior do estado de São Paulo, foi aprovada uma lei que obrigada todos os estabelecimentos a colocarem cartazes contendo informações sobre os perigos do consumo de carambola, tanto em sucos, fruta in natura, ou polpa, para indivíduos com insuficiência renal.
Frente a essa movimentação, é de suma importância que haja o correto conhecimento, principalmente pelos profissionais da área da saúde, a respeito dos reais efeitos e mecanismos pelos quais a carambola possa ser tão letal aos pacientes nessa situação clínica.

A Carambola cujo nome científico é Averrhoa carambola pode ser encontrada em diversos países tropicais além do Brasil, tais como Taiwan, Malásia e Hong Kong. No Brasil, essa fruta é encontrada em todo o território. Pode ser consumida in natura, em sucos e sua polpa pode ser utilizada para doces, vinhos, licores e sobremesas. Trata-se de uma fruta fonte de minerais, vitaminas A, C, e do complexo B; e ácido oxálico (oxalato).

Na literatura recente, são encontrados diversos estudos mostrando os efeitos tóxicos da carambola, tanto em humanos, como em ratos. No entanto, o primeiro relato desses efeitos foi em 1980.
Os efeitos descritos estão associados à alta concentração do oxalato presente na fruta. Sabe-se que a mortalidade por intoxicação pela carambola em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) pode chegar a 40%.

Um estudo publicado recentemente, em 2008, mostrou que o consumo de suco de carambola pode causar falência renal aguda em ratos normais por induzir a formação e deposição de cristais de oxalato de cálcio nos rins, provocando obstrução dos túbulos renais, e por induzir apoptose das células epiteliais renais. O estudo não objetivou relatar alterações neurológicas decorrentes do consumo da fruta. No entanto, os resultados de outro estudo demonstra que foram observados efeitos neurotóxicos apenas em pessoas com IRC.

Diversas são as manifestações clínicas decorrentes do consumo tanto da fruta, como da polpa da carambola. Entre as manifestações destacam-se soluços incoercíveis, vômitos, fraqueza muscular, insônia, distúrbios de consciência, agitação, convulsão e morte. Inicialmente os sintomas eram vistos em pacientes com IRC dialíticos, porém, diversos estudos também mostram o mesmo ocorrendo em pacientes em tratamento conservador.

Nos pacientes renais, acredita-se que a deficiência na excreção do oxalato seja a principal causa de seu acúmulo e efeito tóxico. Além disso, acredita-se que pacientes renais provavelmente apresentam danos na barreira hematoencefálica permitindo que haja a penetração do oxalato nos tecidos cerebrais provocando os sintomas neurológicos. No entanto, alguns estudos sugerem que o quadro neurotóxico esteja relacionado à inibição do GABA (ácido Υ-Aminobutírico) no Sistema Nervoso Central (SNC). Sabe-se que o GABA é um neurotransmissor inibitório do SNC; sua ação se dá pela hiperpolarização celular, devido ao aumento da condutância de íons, principalmente cloreto (Cl-). Assim, há a diminuição da transmissão neuronal inibindo o SNC. Portando, a inibição do GABA gerada pelo consumo da carambola, levaria à estimulação do SNC, provocando os sintomas descritos.

Pode-se perceber que ainda há controvérsias a respeito dos mecanismos de ação pelos quais a carambola exerce os efeitos neurotóxicos. Muitos estudos foram realizados apenas in vitro, o que não reproduz situações normais do organismo. Os sintomas podem aparecer tanto com o consumo de poucas fatias da fruta como com maiores quantidades. O tempo de aparecimento dos sintomas pode variar de 2 a 12 horas e também está associado à predisposição dos pacientes, idade, quantidade consumida, bem como a quantidade de oxalato presente em cada fruta e o tipo de carambola consumida. Um estudo relata que o tipo mais doce e maduro apresenta menor quantidade do componente tóxico.

Algumas outras situações são descritas por um estudo, como possíveis responsáveis pelo aumento da intensidade dos sintomas, tais como, maior absorção grastrointestinal do oxalato por jejum prolongado ou inflamação da mucosa intestinal; defeitos na proteína plasmática de ligação de compostos ácidos e permeabilidade decorrente do dano na barreira hematoencefálica.

Como visto, apesar de ainda pouco explicados os mecanismos, observa-se uma sintomatologia muito bem descrita e que deve ser conhecida por parte dos profissionais da saúde como forma de identificação da causa. Além disso, nutricionistas e médicos devem ser responsáveis pela orientação correta a respeito do consumo da carambola em pacientes renais, tanto em tratamento conservador, como dialítico.


domingo, 8 de maio de 2011

O FÓSFORO NA ALIMENTAÇÃO

POR QUE É IMPORTANTE
CONTROLAR O FÓSFORO
NA ALIMENTAÇÃO?
O fósforo e o cálcio são dois minerais que, juntos, ajudam a manter os ossos saudáveis. Os rins têm importante papel na manutenção das quantidades adequadas de fósforo e cálcio no organismo.


No paciente com insuficiência renal, como os rins não funcionam adequadamente, o equilíbrio entre esses dois minerais estão prejudicado. Assim, a eliminação de fósforo pela urina diminui acumulando-se no sangue.
Alem disso, se a diálise não for adequada, o fósforo acumulado no sangue não será retirado de maneira eficiente. Altos níveis de fósforo no sangue facilitam a retirada de cálcio dos ossos. Esta situação de desequilibro dos dois minerais pode levar a doença óssea, que provoca dores, enfraquecimento e quebra dos ossos. Outros sintomas são: coceiras em todo corpo e calcificação (endurecimento) dos tecidos moles, como vasos sanguíneos, coração e pulmões, devido ao acumulo do cálcio e do fósforo nestes locais. Dessa forma, o controle dos níveis de fósforo no sangue e o primeiro passo para prevenir e tratar essas condições.
LEMBRETES
A quantidade e o tipo de quelante que devera ser tomado vai depender da orientacao do medico ou nutricionista. Nao se esqueca de tomar o quelante (Acetato de Calcio ou Carbonato de Calcio) caso você coma algum tipo de lanche, fora das refeições habituais, que contenha leite, queijo, carne, frios ou preparacoes a base destes alimentos, como, por exemplo, pudins, coxinha de frango, pastel de queijo ou carne, pizza, etc.
O quelante pode e deve ser tomado durante a diálise caso você coma alimentos com fósforo


ALIMENTOS RICOS EM FÓSFORO QUE NÃO DEVEM SER CONSUMIDOS:

Existem também outros alimentos ricos em fósforo que não são necessários para que você se sinta bem.
Existem também outros alimentos ricos em fósforo que não são necessários para que você se sinta bem.
• Outras carnes: sardinha, miúdo (frango), fígado bovino, lingüiça, salsicha, presunto.
• Amendoim e preparações a base de amendoim, castanha de caju, nozes ou avelã.
• Refrigerante a base de cola
• Cerveja

COMO REDUZIR O FÓSFORO ELEVADO NO SANGUE?

Uma alimentação com pouco fósforo, adequando-se a quantidade, e/ou o uso de um quelante de fósforo pode ajudar.
Os quelantes de fósforo mais usados atualmente são Acetato de Cálcio ou Carbonato de Cálcio, dependendo da necessidade de cada paciente.
Os quelantes devem ser tomados durante as refeições e lanches que contenham alimentos com grande quantidade de fósforo, conforme orientação do medico ou nutricionista.
MAS O QUE É UM QUELANTE E COMO ELE AGE?

O quelante e um medicamento que tem a função de evitar que o fósforo do alimento vá para o sangue. Ele gruda no fósforo presente no alimento, sendo eliminado através das fezes. Sugestão de um cardápio habitual de um paciente com níveis altos de fósforo no sangue e que vai iniciar o tratamento com quelante:


LEMBRETES

A quantidade e o tipo de quelante que devera ser tomado vai depender da orientação do medico ou nutricionista. Não se esqueça de tomar o quelante (Acetato de Cálcio ou Carbonato de Cálcio) caso você coma algum tipo de lanche, fora das refeições habituais, que contenha leite, queijo, carne, frios ou preparações a base destes alimentos, como, por exemplo, pudins, coxinha de frango, pastel de queijo ou carne, pizza, etc.

PRODUZIDO PELA:
Equipe de Nutrição
Fundação Oswaldo Ramos
Disciplina de Nefrologia – UNIFESP- EPM

COORDENAÇÃO:
Lilian Cuppari

EXECUÇÃO:
Fernanda Hildebrand Russo
Isabel Cristina de Araujo

COLABORAÇÃO:
Carla Maria Avesani
Maria Ayako Kamimura
Nelma Scheyla Jose dos Santos
Sao Paulo - 2002
 
 
 


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Potássio

O potássio é um elemento fundamental para o funcionamento dos músculos de todo o nosso corpo, inclusive os músculos do coração. É essencial também para o bom funcionamento das células nervosas. Os rins são os órgãos que eliminam o excesso deste elemento. Assim, na insuficiência renal, o excesso de potássio não pode ser eliminado e pode trazer complicações multo sérias na atividade muscular, como fraqueza ou cãibras e principalmente para o coração, que pode ter suas contrações enfraquecidas ou até totalmente paralisadas (parada cardíaca). Sendo assim, a restrição da ingestão de alimentos ricos em potássio é muito importante e você devem conhecer quais são esses alimentos e como reduzir a quantidade de potássio da sua dieta.

ALGUNS EXEMPLOS DE ALIMENTOS RICOS EM POTÁSSIO SÃO:

Banana, mamão, damasco, pêra cristalizada e pêssego fresco, bem como seus sucos


Hortaliças, principalmente as consumidas cruas, como por exemplo: tomate, abóbora, acelga, aipo, beterraba, chuchu, escarola, broto de bambu e rabanete.

Outros alimentos como carne, batata, feijão, soja, grão de bico, lentilha, chocolate, doce de leite, cereais integrais, amêndoa, avelã, nozes, amendoim, caldos de carne, de galinha ou de legumes, temperos concentrados para feijão, azeitona, frutas secas, café solúvel, rapadura, massa e molho de tomate ou catchup.


VEJA AGORA ALGUMAS MEDIDAS E DICAS PARA REDUZIR A QUANTIDADE DE POTÁSSIO DOS ALIMENTOS:

Qualquer hortaliça e também as frutas, mas principalmente a batata, o feijão, a abóbora, a cenoura e a batata doce podem ser preparadas da seguinte forma:
Para o feijão, a lentilha, o grão de bico e a soja, você pode fazer uma primeira fervura em bastante água e, antes que esteja totalmente cozido, desprezar a primeira água da fervura, terminando o cozimento em uma nova água. Com a primeira água de cozimento desprezada boa parte do potássio será eliminada. e os vegetais podem ser descascados e cortados em fatias finas; a seguir, deixados de molho por duas horas em uma panela cheia de água.
É importante que depois do repouso na água, sejam escorridos, enxaguados e escorridos novamente. Os vegetais devem ser então cozidos e a água do primeiro cozimento deve ser desprezada assim como foi feito com o feijão. Os vegetais podem então ser usados fritos, amassados como purê ou assados, completando molhos ou em saladas.
Alguns alimentos possuem pouca ou têm moderada quantidade de potássio e podem ser comidas com maior liberdades, não esqueça, porém, de ter a opinião de seu médico ou nutricionista sobre a quantidade Ideal que você pode consumir desses alimentos.

ALIMENTOS COM POUCA QUANTIDADE DE POTÁSSIO,QUE PODEM SER CONSUMIDOS COM MAIOR LIBERDADE:

Frutas (ou seus sucos) como caju, cereja, jabuticaba, limão, lima, uva, melancia e maracujá.

Lembre-se, no entanto, que você não deve abusar da quantidade de sucos!

Hortaliças: broto de feijão, brócolos, mostarda cozida, repolho cru e pimentão.


Os ALIMENTOS QUE CONTÊM MÉDIA QUANTIDADE DE POTÁSSIO DEVEM SER CONSUMIDOS COM MODERAÇÃO.
São eles: Frutas (ou seus sucos) como abacate, ameixa (seca ou fresca), abacaxi, amora, caqui, figo (seco),(fresco ou em calda), goiaba, kiwi, laranja, maçã, morango, nectarina, pêra, tangerina, uva e uva passas.
Hortaliças: aspargo, alface, agrião, berinjela, cenoura, cebola, couve, cogumelos, couve-flor espinafre, jiló, milho, nabo, palmito, pepino e quiabo

A TÉCNICA DIETETICA

Tem como objetivo ajudar a selecionar os alimentos para o controle dos alimentos atribuindo técnicas de pré – preparo e preparo, orientando quais os alimentos que podem ser permitidos  e evitados ( fósforo e potássio ).

PREPARO DO FEIJÃO :

Feijão Mulatinho 25g
Tomate vermelho 3g

         deixá-lo de molho por aprox. 3( tres) horas ( para cada 1oo g)em seguida descartar a água.
         Ferver o feijão ( temp. >110°C), em panela comum e sem tampa , por 25 minutos
         Descartar a água da fervura
         Acrescentar nova água e cozinhá-lo sem carnes, devendo ser temperado de modo habitual ( tomate, cebola e pimentão – pré cozidos ) sem condimentos e sal
         Após esse processo o alimento está adequado para PCT Renal




Cozimento de frutas, hortaliças( verduras e legumes). Raízes e Tubérculos



Maça 50 g                   Batata Doce 25 g
Quiabo 25g                  Mel Karo 2ml
Adoçante em pó 2g

o        Descascar e retirar as partes não comestíveis das frutas e tubérculos
o        Cortar em pedaços pequenos
o        Em recipiente separados, colocar de remolho por 1 hora ( deve ser utilizado um litro de água para cada 100 g de alimento, e em seguida ser descartada essa água)
o        Em panelas separadas levar ao cozimento utilizando outra água, não permitindo que a água do cozimento seque  .
o        Adoçar com mel Karo ou adoçante (diabetes)paciente

OBS: para preparo de sucos e doces, também devem ser utilizados frutas cozidas,
Em relação aos tubérculos e verduras, esses não devem ser acrescido de sal.




TACO_ Tabela de composição química dos alimentos (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação – NEPA). Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP - Campinas 2006



quarta-feira, 16 de março de 2011

Doe Orgãos!


Doar órgãos é o mesmo que doar esperança.................

Olá galera segue o cartão de conscientização para aqueles que querem também ser um doador de órgão, um doador de vida! E simples só basta avisar a sua família! 


domingo, 13 de março de 2011

Dieta vegetariana é a melhor para tratar doença renal .



Já se sabe que o fósforo é um mineral que não sei totalmente na diálise, mesmo na fase não – dialítica, a diminuição do fósforo  dietético acaba sendo conseqüência da restrição protéica, uma vez que alimentos fontes de proteínas também são boas fontes de fósforo ( leite e derivados e carnes em geral).
Um estudo publicado recentemente na ultima edição da revista científica Clinical Journal of the American Society Nephrology, mostra que dieta rica em vegetais apresentam, menos quantidades de fósforo em relação as que não consumiam menos, chegando a conclusão também o tipo de proteína podem ser mais importante que as suas quantidades, permitindo assim aumentos nas suas quantidades, sem elevação dos níveis plasmáticos de fósforo
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Para pacientes com doenças renais, o melhor pode ser passar a ter uma alimentação vegetariana. É o que sugere um estudo da Universidade de Indiana, nos EUA, que mostra que, quando pacientes com esses problemas se alimentam apenas de vegetais, eles apresentam menores níveis de fósforo, o que ajuda a prevenir complicações graves, incluindo doenças cardiovasculares.
Avaliando nove pacientes com doença renal crônica, os pesquisadores observaram que, na semana em que tinham uma dieta vegetariana, os voluntários apresentavam menores níveis de fósforo no sangue e na urina, comparado à semana em que tinham uma alimentação que incluía carne. E isso ocorria mesmo com as duas dietas apresentando quantidades equivalentes de proteína e fósforo.
“Esses resultados, se confirmados em estudos mais longos, fornecem fundamentos para a recomendação de uma predominância de fontes vegetarianas de proteínas baseadas em grãos para pacientes com doença renal crônica”, escreveram os autores na última edição da revista científica Clinical Journal of the American Society Nephrology. “As descobertas sugerem que as fontes de proteínas podem ser mais importantes do que a quantidade, e permite aumentos na ingestão de proteínas”, concluíram.

 Fonte: blogboasaude.zip.net

quarta-feira, 2 de março de 2011

Alterações renais com o envelhecimento

                             

Antonio Carlos Leitão de Campos Castro
Armando Miguel Junior

 Local da realização
Instituto de Medicina Metabólica
Sumário 
 
Com a idade ocorrem inúmera alterações anatômicas e funcionais dos rins que podem confundir o diagnóstico da insuficiência renal nas pessoas idosas, sobretudo na em uso de medicamentos nefrotóxicos. Nesta revisão os autores tecem breves comentários de algumas alterações renais do idoso.

Anatomia renal

Apesar da idade o rim mantém seu contorno relativamente liso, entretanto, a massa renal declina progressivamente e o peso renal diminui de 250 a 270 gramas na idade de 30anos para 180 a 200 gramas na idade de 70 anos. A perda da massa renal é primeiramente cortical, relativamente poupando a medula. O número de glomérulos identificados histologicamente diminui, de acordo com a diminuição no peso renal. A proporção de glomeruloesclerose aumenta 1 a 2% entre as idades 30 e 40 para mais de 12% após a idade 70 e é proporcional à quantidade de aterosclerose que ocorre em outra parte no corpo.
Os tufos glomerulares transformam-se ficando menos lobulados, o número de células mesangiais aumentam, e o número de células epiteliais diminui, assim reduzindo a área de superfície disponível para a filtração. Entretanto, a permeabilidade glomerular não muda com idade. Diversas mudanças microscópicas menores ocorrem no túbulo renal com idade. Divertículos aparecem no nefron distal, alcançando uma elevação de aproximadamente três por o túbulo pela idade 90. Este o divertículo pode transformar-se em cistos da retenção, que são comuns nas pessoas idosas. Seu significado clínico é desconhecido. As paredes das grandes artérias renais sofrem as mudanças escleróticas com idade. As artérias menores parecem ser poupadas.
Somente 15% dos idosos normotensos têm mudanças escleróticas nas arteríolas renais.
Existem dois achados característicos relacionados à mudança pela idade que ocorrem em unidades arteriolar-glomerular: O primeiro achado, ocorre na área cortical, é caracterizado a hialinização e o colapso do tufo glomerular. O lúmen da arteríola pré-glomerular torna-se obstruído, com uma perda resultante no fluxo do sangue. O segundo achado, ocorre na área justamedular, é caracterizado pela esclerose glomerular e o desenvolvimento da continuidade anatômica entre pelos arteriolas aferente e eferente. A ponto da extremidade é desviar do fluxo do sangue da arteríola aferente para arteríola eferente e a perda dos glomérulos. O fluxo do sangue é mantido nos vasa-recta, a fonte vascular preliminar da medula; estas arteríolas não diminuem em número com idade.
Diversas funções dos túbulos proximais, como excreção máxima do p-aminohipurato e do iodopiraceto e da absorção máxima da glicose, paralelizam o declínio na taxa de filtração glomerular, sugerindo que com a idade, a função tubular desaparece em nefrons inteiros.
Fluxo sangüíneo renal
O fluxo renal do sangue diminui progressivamente 1200 mL/minuto de 30 a 40 anos para 600 mL/minute na idade 80 anos. O fator preliminar é a diminuição da rede renovascular. Entretanto, a redução no fluxo não reflete simplesmente a massa renal diminuída porque o fluxo por grama do tecido renal diminui progressivamente após a idade 30 a 40. Esta diminuição é resultante das mudanças anatômicas fixas e maior que ao vasoespasmo reversível, como mostrado por estudos com agente vaso-ativos.
Estudos histológicos mostram a perda seletiva da vasculatura cortical com idade, com diminuição significativa do fluxo cortical e o fluxo medular preservado, demonstrado por estudos fisiológicos com drogas vaso-ativas
Estas mudanças da vasculatura esclarecem provavelmente o defeito cortical vistos geralmente em cintilografia renal de pessoas idosas saudáveis.

Taxa de filtração glomerular

Uma diminuição na taxa de filtração glomerular é o defeito funcional o mais importante causado pelo envelhecimento. A diminuição é medida pelo creatinina, que é estável até a idade 30 a 40 e declina de forma linear em uma taxa média de aproximadamente 8 mL/minute/1.73 m2/década em aproximadamente dois terços de pessoas idosas sem doença renal ou tratamento para a hipertensão.
Um terço de pessoas idosas não mostra nenhuma diminuição na taxa de filtração glomerular.
Este variabilidade sugere que outros fatores além do envelhecimento podem ser responsáveis para a redução aparente na função renal.Por exemplo, os aumentos na pressão de sangue dentro da escala normal estão associados ainda com uma perda acelerada da função renal relacionada com a idade.

Função reabsortiva

A glicosúria se relaciona inversamente ao grau de capacidade reabsortiva dos nefros individuais e aumenta com idade. Assim, a glicose geralmente aparece na urine em um nível mais elevado do quer no sangue de um paciente diabético mais velho do que em um mais novo. A menos que um defeito tubular específico possa existir, a habilidade de concentrar e a urina diluída de excretar ácidos também mudam na taxa de filtração glomerular na maioria de pessoas. Embora o sistema tubular renal responda normalmente as dosagens padronizadas da vasopressina, com a idade diminuía habilidade máxima de concentrar urina. Esta diminuição parece ser devido a uma inabilidade relativa manter o gradiente (osmótico) do soluto na região medular do rim. A razão para esta inabilidade não está clara.


 
Publicado por: Dra. Shirley de Campos, 27/06/2004

Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br/categorias/69/