O rim

O rim
.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Proteínas na Dieta



Olá amigos, essa semana encontrei uma dificuldade enorme em encontrar artigos, matéria, etc, disponíveis que tratem diretamente sobre dietas hiperproteicas como fator de risco para progressão da doença renal, em estudos recente encontrei uma matéria disponível no site NuriTotal ( disponível nessa postagem  ). Que mostra que não há estudos que mostrem essa relação,  Porem um artigo disponível aqui mesmo no blog, sobre o papel da Dieta Como Fator de Risco Para Nefropatia Diabética, mostra que a alta ingestão de proteínas determinava uma vasodilatação em glomérulos com conseqüente aumento da pressão hidrostática capilar e aumento da taxa de filtração glomerular (TFG) ). Estas alterações hemodinâmicas renais ocorreriam após cada refeição que contivesse proteínas e manteriam um estado de vasodilatação renal crônica que favoreceria o desenvolvimento de lesões glomerulares em pacientes que já apresentassem algum grau de lesão rena. Os dois estudos estão a disposição para leitura, vocês irão gostar,  porem um é do 2005 e  o outro de 2006 caso tenham algum estudo mais recente ou tão interessante quanto gostaria muito que mi  mandassem . Façam parte dessa pesquisa comigo, caso tenham algum artigo, indicação de algum livro mandem para mim, vamos aprender juntos: nutrinefro@bol.com.br.


Autor (a):       Camila Garcia Marques
Data:             14/09/2006 12:51:32

O consumo excessivo de proteína na dieta pode causar insuficiência renal em indivíduos saudáveis?

O impacto do consumo excessivo de proteína alimentar na doença renal tem sido estudado há muitos anos, mas ainda não há evidências suficientes que comprovem que a alta ingestão de proteína possa causar danos renais em indivíduos saudáveis, e que, portanto, possuem um funcionamento normal dos rins.
Um indivíduo adulto com peso normal deve ingerir 0,8 g de proteína por kg de peso corpóreo ao dia, ou 10 a 35% do valor calórico total da dieta sob a forma de proteína. Diversos estudos já mostraram que a alimentação do brasileiro tem proporção de proteínas mais alta do que o recomendado.
Algumas explicações para a possível relação entre alta ingestão de proteína e dano renal são de que, como os rins eliminam os produtos do metabolismo da proteína (como uréia, amônia, dentre outros resíduos nitrogenados), seu consumo elevado pode aumentar a taxa de filtração glomerular, causando aumento da pressão dentro dos glomérulos. Isso pode fazer com que a função renal seja prejudicada progressivamente. Além disso, também pode haver sobrecarga do fígado, por ser o órgão responsável pela metabolização de aminoácidos.
Apesar disso, alguns autores acreditam que essas alterações ocorridas na função renal devidas ao elevado consumo de proteína são adaptações fisiológicas normais do organismo humano, certamente que dentro de um limite da capacidade renal. Um bom exemplo é o que acontece com as gestantes, que precisam aumentar sua ingestão calórica total, com conseqüente aumento da proteína alimentar, e como conseqüência aumentam em 65% a taxa de filtração glomerular. Nem por isso elas estão em risco para desenvolverem doença renal.
Mas é importante lembrar que, mesmo não havendo comprovações científicas de danos renais com a ingestão elevada de proteína, podem ocorrer outros problemas. Por exemplo, quando há excesso de proteína na circulação sangüínea, esse nutriente será degradado e depois armazenado na forma de gordura, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardíacas. Além disso, uma alimentação com altas concentrações de proteínas limita a ingestão de outros nutrientes essenciais, necessários para o organismo humano suprir a quantidade energética diária, pois, na maioria das vezes, a dieta deixa de ter variedade de alimentos. Outro agravante é que o consumo em excesso de proteína causa amento da excreção de cálcio e, portanto, diminui a utilização desse mineral.
Portanto, estudos em longo prazo precisam ser realizados para verificar essa relação, mas, até o momento, não é necessária a restrição na ingestão de proteína em indivíduos saudáveis. Já para indivíduos que têm a função renal debilitada, uma dieta restrita no consumo de proteína pode ser benéfica.

Pergunta enviada pelo leitor: Marco Antonio Olavo Pereira.

Bibliografia (s)

Knight EL, Stampfer MJ, Hankinson SE, Spiegelman D, Curhan GC. The impact of protein intake on renal function decline in women with normal renal function or mild renal insufficiency. Ann Intern Med. 2003;138(6):460-7. Disponível em: http://www.annals.org/cgi/reprint/138/6/460.pdf. Acessado em 13/09/06.

Martin WF, Armstrong LE, Rodriguez NR. Dietary protein intake and renal function.
Nutr Metab (Lond). 2005 Sep 20;2:25. Disponível em: http://www.nutritionandmetabolism.com/content/2/1/25. Acessado em 13/09/06.

St Jeor ST, Howard BV, Prewitt TE, Bovee V, Bazzarre T, Eckel RH; Nutrition
Committee of the Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism of the
American Heart Association. Dietary protein and weight reduction: a statement for healthcare professionals from the Nutrition Committee of the Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism of the American Heart Association. Circulation. 2001;104(15):1869-74. Disponível em: http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/104/15/1869. Acessado em 13/09/06.

The National Academies Press. The Role of Protein and Amino Acids in Sustaining and Enhancing Performance. Institute of Medicine (IOM). 1999. Disponível em: http://darwin.nap.edu/books/0309063469/html/137.html. Acessado em 13/09/06.

Petzke KJ, Elsner A, Proll J, Thielecke F, Metges CC. Long-term high protein intake does not increase oxidative stress in rats. J Nutr. 2000;130(12):2889-96. Disponível em: http://jn.nutrition.org/cgi/content/full/130/12/2889. Acessado em 13/09/06.

Millward DJ. Optimal intakes of protein in the human diet. Proc Nutr Soc. 1999;58(2):403-13.

Itoh R, Nishiyama N, Suyama Y. Dietary protein intake and urinary excretion of calcium: a cross-sectional study in a healthy Japanese population. Am J Clin Nutr. 1998;67(3):438-44. Disponível em: http://www.ajcn.org/cgi/reprint/67/3/438. Acessado em 13/09/06.

Araújo ACM, Soares YNG. Pattern of utilization of protein supplements in academies in Belém, Pará. Rev. Nutr. 1999;12(1):81-89. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52731999000100007. Acessado em 13/09/06.

Slywitch E. Proteínas. In: Slywitch, E. Alimentação sem carne. São Paulo: Palavra Impressa, 2006.

Amorim MMA, Junqueira RG, Jokl L. Adequação nutricional do almoço self-service de uma empresa de Santa Luzia, MG. Rev Nutr Campinas. 2005;18(1):145-56.

Savio KEO, Costa THM, Miazaki E, Schmitz BAS. Avaliação do almoço servido a participantes do programa de alimentação do trabalhador. Saude Publica. 2005;39(2):148-55.

Pesquisa de orçamentos familiares: 2002 – 2003. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. IBGE; Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: 'http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002analise/pof2002analise.pdf. Acessado em 14/09/06.

Pesquisa de orçamentos familiares: 2002 – 2003. Aquisição alimentar domiciliar per capita. Brasil e grandes regiões. IBGE; Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002aquisicao/pof2002aquisicao.pdf. Acessado em 14/09/06.

The National Academy Press. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids (Macronutrients) (2005). Disponível em: 'http://www.nap.edu/books/0309085373/html/1324.html. Acessado em: 14/09/06. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário